segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Família e escola, uma parceria necessária.


Texto por Daniele Vilela Leites
Disponível em: www.alobebe.com.br




Quando pensamos numa configuração familiar de “antigamente”, logo nos vem à cabeça a família patriarcal, na qual o pai era o grande provedor e a mãe ocupava a posição de cuidadora da família.

Mas os tempos mudaram e hoje há outras configurações familiares. Temos, por exemplo, famílias reconstituídas, com filhos e filhas, mães e pais divorciados ou recasados; famílias monoparentais, nas quais apenas o pai ou a mãe assume a responsabilidade dos filhos; famílias unipessoais, caracterizadas pelo fato de a pessoa viver sozinha por opção ou por necessidade; famílias binucleares, nas quais filhos de pais separados vivem sob guarda compartilhada; famílias homoafetivas, formadas por casais do mesmo sexo com filhos; uniões consensuais, nas quais os casais não formalizam sua união; casais sem filhos por opção, entre outras.

Diversas causas – sociais, culturais, econômicas, afetivas e até tecnológicas – explicam essas novas configurações. Mas o fato é que as mudanças trazem novos desafios, entre eles o resgate da participação da família na vida escolar dos filhos. Pois é sabido que, quando os pais não acompanham nem participam das atividades das crianças ou dos adolescentes na escola, estão de certa forma ajudando a aumentar a evasão escolar, o absenteísmo, a falta de comprometimento com os estudos e as dificuldades de aprendizagem.

Com o objetivo de resgatar esse elo entre família e escola foi criado um programa chamado Pró-Família Harvard, desenvolvido pela empresa Planeta Educação. Esse programa é baseado em um projeto criado pela Universidade de Harvard, em Boston (EUA), denominado Harvard Family Research Project e adaptado à realidade brasileira.

O conceito orientador do Pró-Família Harvard é simples: em vez de culpar uns aos outros, professores e pais atuam como parceiros, de maneira a estabelecer relações e a construir confiança mútua, utilizando o tempo de convivência para dividir sonhos, expectativas e experiências, visando o sucesso social e acadêmico dos alunos.

Com metodologia inovadora, profissionais devidamente preparados visitam as residências dos alunos. Nessas visitas, o agente educacional conversa com a família, orientando pais e responsáveis sobre a importância da participação deles junto à escola. As famílias aprendem dicas simples e práticas, mas que fazem a diferença na hora do estudo da criança em casa. São abordadas questões como a importância de ir à reunião de pais, ter um local adequado para fazer a lição de casa e determinar um horário para os estudos.

Em contrapartida, escola e professor recebem um retorno sobre a realidade de cada um dos alunos. Baseados na análise da dinâmica familiar de cada aluno definem a melhor forma de tratá-lo. Com a visita, a criança se sente mais importante, eleva sua autoestima e, comprovadamente, melhora o comportamento e o desempenho acadêmico no ambiente escolar.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Educação dos filhos: aprender um idioma estrangeiro


Disponível em: www.alobebe.com.br



Uma das perguntas mais frequentes dirigidas a professores e psicólogos é: Com a globalização e a crescente importância da língua inglesa no mercado de trabalho brasileiro, a questão preocupa cada vez mais os pais que, acertadamente, veem o domínio de uma língua estrangeira como um bônus e diferenciador para o momento de entrada de seus filhos nesse concorrido mercado.

Já há muito tempo sabe-se que quanto mais cedo uma pessoa aprende uma língua, mais fácil, natural e efetivo será esse aprendizado. Há alguns anos, descobriu-se ainda que as sinapses - ligações entre os neurônios - levam algum tempo para terminar de se formar nas crianças e o ensino de várias habilidades, entre elas as línguas, na época certa, ou seja, antes dessas sinapses estarem totalmente prontas, permite um aprendizado tão fácil e efetivo como nunca mais poderá existir. No caso das línguas estrangeiras, por exemplo, a criança aprenderá a falar sem absolutamente nenhum sotaque, coisa dificílima após esse período.

Graças a essas descobertas, tem-se incentivado um aprendizado de outro idioma precoce, bem como surge uma "febre" de escolas bilíngues, onde se fala somente a língua estrangeira em todas as atividades e durante todo o período em que a criança está na escola.
Essa "moda", porém, deve ser pensada com bastante cuidado. Se olharmos a criança como um "computadorzinho" pronto para receber dados e informações, a decisão é fácil de se tomar: ensinemos tudo o que pudermos, quanto mais e quanto antes, melhor.
Devemos lembrar, porém, que fatores emocionais e sociais influem e pesam enormemente na vida e na formação da personalidade de uma criança. Assim como ela é aberta para aprender novas habilidades e conhecimentos, ela também está aberta para receber, perceber e ser influenciada pelo ambiente que a circunda, com suas pressões, exigências, experiências de amor, carinho, conflitos. Eles terão papel importante nos seus sentimentos de segurança, adequação, pertinência a um grupo social, ou, ao contrário, sensações de angústia, insegurança e medo.

O ensino de uma língua para crianças pequenas toca nesse ponto, na medida em que será uma experiência positiva somente se for incluído na formação cognitivo-emocional da criança como algo leve, natural, sem pressões, e principalmente, sem atropelar ou desconsiderar os aspectos emocionais que numa criança pequena são de extrema importância.
É importante lembrar que o contexto em cada família é diferente. Há vários casos em que matricular uma criança em uma escola bilíngue é a melhor opção, como, por exemplo, se os pais são estrangeiros e falam a língua em questão em casa, ou se a família vai mudar-se para o exterior, pois nesse caso a nova língua estará no centro da vida da criança. 

Colocar, porém, uma criança pequena em uma escola onde ela só ouça uma língua que desconhece e não usa nem vê ser usada em seu dia a dia pode fazê-la sentir-se extremamente insegura, perdida, sem referenciais, principalmente nos casos em que os pais não sabem e não falam essa língua em casa.

Deve-se pensar e pesar a situação específica, com suas peculiaridades e necessidades, e principalmente tentar levar-se em conta todos os aspectos da vida, a fim de não exagerar-se na atenção dada a uma área em detrimento de outras.
Para o caso da maioria dos brasileiros, que veem a real importância de saber-se inglês atualmente e querem que seus filhos aprendam bem e sem dificuldades, o conselho é que comecem cedo. Há ótimos cursos para crianças bem pequenas, de três anos ou até um pouco menos, mas é fundamental escolher uma escola ou professor que ensine de forma bastante lúdica, natural e sem pressões, de maneira gradual e prazerosa.

Para crianças um pouco maiores, de aproximadamente oito anos até a adolescência, deve-se escolher cursos que deem ênfase à conversação, ao uso funcional da língua, prezando-se sempre a inteligência, espontaneidade e envolvimento do aluno. As aulas individuais ou em pequenos grupos com professores particulares são também bastante adequadas para essa faixa etária, já que o professor acaba por conhecer profundamente o aluno, seu ritmo, suas necessidades, dificuldades, falhas. 

Ele pode, então, trabalhar diretamente esses aspectos sem que a criança se desestimule por ter de estudar conteúdos que já domina, o que ocorre com frequência nas aulas em classes, onde o aluno tem o tempo total de aprendizado muito reduzido ao ter de dividir com os outros alunos as oportunidades de falar, de ser ouvido e corrigido em seus problemas específicos.

O importante, em suma, no ensino de uma segunda língua para crianças de todas as idades, é que nunca se deixe de levar em conta a criança como um todo, com seus aspectos cognitivos (intelectuais) e emocionais, tornando o aprendizado um ponto a mais na soma de todos os outros que contribuirão na formação de uma criança bem preparada, bem estruturada e feliz.

Tani Brzostek Muller (Professora de Inglês).

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Nova série infantil da TV Brasil traz as águas amazônicas para as telas

Disponível em: www.revistaeducacao.uou.com.br

Por: Deborah Ouchana
Na contramão dos canais abertos, a emissora aposta em faixa para as crianças e produções próprias


Personagens do Igarapé Mágico são filhotes de espécies amazônicas

Ceci é uma sucuri e, embora digam que sua espécie é perigosa, ela é sensível e chorona. Quinha é uma perereca fofoqueira que trabalha como assistente de Iara. O Jaca Zé é um adolescente engraçado e esquecido que vive sempre com sua amiga Cotinha, uma piranha vegetariana. Bitelo é um pirarucu criança que ainda vai se tornar um dos maiores peixes de água doce do Brasil. E Maná, um peixe-boi amazônico, mudou-se com toda a sua família para o igarapé, onde vivem grandes aventuras.

Os personagens descritos acima fazem parte do Igarapé Mágico, nova série infantil da TV Brasil voltada para crianças em idade pré-escolar. “A TV Brasil queria produzir um programa infantil que fosse referência nacional e a partir disso começamos a pensar em relação ao mercado mundial o que o Brasil tem que outros países não”, relembra Rogério Brandão, diretor de programação da TV Brasil e criador da série em parceria com Bia Rosenberg. Foi então que surgiu a ideia de trazer a temática da água para as telas e apresentar às crianças a região amazônica.

Os criadores contaram com a ajuda de consultores em ciências para elaborar os personagens e enredos, que provocam o interesse das crianças por questões relacionadas à sustentabilidade, como lixo, poluição, importância da água e preservação de espécies em extinção.

“Para fazer um programa como esse, não podemos apenas usar a imaginação, porque queremos contar para as crianças como é a Amazônia”, ressalta Bia Rosenberg, diretora- geral da série e consultora em entretenimento educativo. “Por outro lado, há certa ‘liberdade poética’ no momento da criação. Caso contrário, seria uma série sobre biologia”, acrescenta Rogério Brandão.

É por isso que, além de informações sobre a Amazônia, como o tipo de vegetação, costumes, animais, ciclo da água, linguajar, entre outras, o programa busca trazer um conteúdo que está mais relacionado ao desenvolvimento emocional das crianças e se refere a sentimentos, diversidade e pluralidade, resolução de conflitos por meio do diálogo e amizade.

Nesse sentido, a figura folclórica da Iara, única personagem humana, surge com uma dupla função: ser um elemento mágico e ao mesmo tempo representar o papel de cuidador. “Todos os bonecos animais representam crianças. A Iara é a única figura adulta que tem a função de impor limites, mas também de acariciar e dar apoio”, explica Bia Rosenberg.

Infantis na TV


O Igarapé Mágico é exibido na faixa Hora da Criança, grade que, desde 2010, ocupa, de segunda a sexta-feira, quase seis horas de programação diária da TV Brasil. Na contramão da maioria dos canais abertos, a programação infantil é um dos pilares da emissora. “O zelo pela criança atende aos valores e missões da TV Brasil como um veículo público. Nós estamos formando uma nova audiência que, ao longo de uma década, cresce com a emissora a partir da programação infantil”, aponta Rogério Brandão.

Para o diretor de programação, a Hora da Criança é uma faixa que hoje está praticamente sozinha na TV aberta brasileira, pois as emissoras enxergam a programação infantil como um nicho não comercial. “Os canais abertos abriram mão dessa faixa porque não podem mais usar esse espaço para promover um produto. Hoje esse dinheiro foi pulverizado para dentro da linha de produtos de consumo, como telefones celulares e notebooks. A criança passa a ser vista como um consumidor, e não mais como criança”, opina.

Rogério ressalta que a tendência da TV Brasil é expandir essa faixa em termos de produção. Quando a Hora da Criança foi criada, de um total de seis horas de programação, quatro eram de conteúdo estrangeiro e duas de nacional. “Hoje estamos em uma faixa de quase meio a meio. Na faixa etária de dois a três anos, a maioria absoluta é de conteúdo brasileiro”, afirma.

O diretor destaca a importância de trabalhar com elementos nacionais, pois as crianças têm maior identificação com os personagens, além do tipo de humor que é muito peculiar em cada país, mas não exclui as produções estrangeiras. “Há países onde as TVs públicas são muito fortes e produzem conteúdo infantil de alta qualidade. Nós procuramos lá fora programas que tenham pertinência com os valores que queremos passar, como respeito ao próximo, convivência com a diversidade, resolução de conflitos e relação de amizade.”

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Entrevista Bia Rosenberg


Criadora e diretora-geral da série Igarapé Mágico, Bia Rosenberg é consultora em entretenimento educativo para crianças e jovens e especialista na produção de programas de televisão, especialmente os voltados para o público infantil, há mais de três décadas. Coordenou na TV Cultura programas premiados, como Castelo Rá-Tim-Bum e Cocoricó. Na entrevista abaixo, Bia fala sobre sua experiência à frente de programas para crianças.

O que é levado em consideração na hora de produzir um infantil?

Eu sou uma pessoa que acredita que a televisão, se for boa e bem aproveitada, é uma coisa muito legal para a criança. A TV pode ensinar porque apresenta situações e maneiras de viver diferentes. Eu faço programas para crianças porque gosto deles. Acho que eles devem ter um lado lúdico bem desenvolvido, mesmo os que são educativos, como o X Tudo, por exemplo. Tem que ser atrativo e ao mesmo tempo considerar o impacto que vai ter nas pessoas. No Igarapé Mágico, por exemplo, nós temos um trio principal de personagens de diferentes idades porque assim conseguimos atrair diferentes faixas etárias. Nos meus programas as coisas têm uma razão de ser.

O que a senhora acha que explica o sucesso de programas como Castelo Rá-Tim-Bum e Cocoricó até hoje?

São programas que encontram a medida correta entre o divertimento, emoções, medo, suspense e aventura. Esse pensamento a mais é o que distingue esses programas dos outros.

Nesses mais de 30 anos de experiência à frente de programas para crianças, o que mudou?

Eu noto uma grande diferença. As crianças estão ligadas na tecnologia e isso altera bastante. Do ponto de vista da forma, a tecnologia facilitou a criação de cenários animados. Já em relação à linguagem, a grande mudança não é tanto no ritmo, mas nas multiplataformas. As crianças já têm uma expectativa de que, além do programa na televisão, existirá um site, games, aplicativos. Antes a gente fazia televisão e isso ia parar no máximo no cinema ou nos livros. Agora temos que desenhar um conjunto de mídias e meios de linguagem.

As crianças passam bastante tempo em frente à televisão e acabam levando para a escola muito do que assistem. Como os professores podem articular o que os alunos veem na TV com o dia a dia escolar?

A TV é presente na vida das crianças e ignorá-la é a pior coisa que podemos fazer. Eu acharia muito interessante se nas salas de aula as crianças pudessem ver vídeos e analisar um programa, por exemplo. Dar recursos para essas crianças assistirem à televisão com um pouco mais de propriedade sem tirar o prazer delas. Incomodava-me, por exemplo, quando as crianças assistiam a Chiquititas e não se falava sobre a novela na sala de aula, sendo que ela era assunto entre os alunos. O ideal seria um envolvimento da família e da escola. Mas o que acontece é que a família nunca assiste ao que a criança está vendo. Deixar a televisão por si mesma e responsabilizá-la pelo “o que as crianças estão vendo” é uma coisa meio boba.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Educação dos filhos: excesso de atividades para crianças

 

Texto por Daniela Dias
Disponível em: www.alobebe.com.br


Manter-se ocupado é realmente importante, inclusive para as crianças. Ter obrigações resulta em disciplina, em capacidade de administrar tempo, em flexibilidade e em socialização. Mas excesso de atividades não combina com o universo infantil. A prática pode resultar na perda de concentração e comprometer o aprendizado.

A presidente da Associação Nacional de Psicopedagogia, Maria Irene Maluf, defende um limite de atividades para crianças. "O mais importante para a criança é brincar, em segundo lugar vem a educação formal", afirma. A quantidade de compromissos diários de Heitor, 9 anos, preocupa sua mãe, a economista Jandira de Sousa Agrello. O menino estuda em período integral desde os 4 meses de vida e, atualmente, pratica futebol, xadrez, judô, inglês e espanhol. Há cerca de dois anos, ela percebeu alguns sinais de cansaço.
"Meu filho já não suporta mais essa carga horária. Ele deseja diminuir os compromissos para ficar em casa", conta. Quando Jandira percebeu que o único filho tornou-se mais irritado e desatento buscou auxílio de profissionais. Ela também combinou com a escola uma nova rotina para ele, que não leva mais deveres para fazer em casa.
Já a pedagoga constata que ultimamente tem mais atividades para crianças e a garotada está assumindo mais compromissos do que pode suportar. A carga horária dos pais e o desejo de formar bem os filhos contribuem para o aumento das atividades das crianças. Como passam a maior parte do dia fora, os adultos preferem preencher o tempo dos pequenos a deixá-los na companhia de outras pessoas. "Não podemos esquecer de que a infância é um período de aprendizado. Quem estiver desatento a isso corre o risco de formar adultos tiranos", alerta Maria Irene.

Sombra e água fresca


Até os 2 anos de idade o compromisso da criança é brincar. Depois dessa fase, os pais vão ensinando a meninada a ter rotina, a vislumbrar coisas novas e a se relacionar com pessoas diferentes. Mesmo assim, o período dedicado às brincadeiras deve ser maior que a quantidade de "estudo".
A partir dos 6 anos, a criança passa a desempenhar mais tarefas escolares e a responsabilidade aumenta com o passar das séries. Por isso, a lição de casa precisa ter hora para terminar. Também é importante reservar um período para praticar uma atividade extra. Tudo isso sem comprometer a hora de brincar. 
Apenas na pré adolescência é possível reduzir o tempo dedicado às atividades lúdicas para cerca de 2 a 3 horas por dia. Se não configurar um compromisso, não há restrições para tocar um instrumento, pintar, desenhar, praticar esportes e brincar ao ar livre. As crianças precisam experimentar várias atividades e, a partir daí, manifestar interesse por alguma delas.
Os pais podem e devem incentivar as atividades para crianças, mas nunca forçar a prática de algo que ela não gosta ou com a qual não se adapta. Somente experimentando, ela poderá desenvolver interesse por áreas distintas. Embora a maioria da garotada seja praticamente incansável, o momento de ócio é fundamental. Elas não precisam necessariamente de um longo período de férias, mas o horário de brincar é sagrado.
Também é importante que os pais reservem períodos para participar de atividades com as crianças. Acompanhá-los em uma viagem e mostrar a eles coisas novas é muito enriquecedor. Apresentar atividades para crianças diferentes das que eles fazem comumente ou inusitadas pode ser estimulante e muito divertidos.

Tire sua dúvida


Alô Bebê: O que são atividades extracurriculares?
Maria Irene Maluf - Extracurricular é toda atividade para a criança complementar à formação praticada frequentemente e além da grade escolar. Pode ser um esporte, um curso de idioma ou de música.

Alô Bebê: Quais atividades extracurriculares são mais comuns?
Maria Irene Maluf - Apesar da variedade de hoje, as atividades para crianças mais comuns são inglês e espanhol, as artes marciais e o futebol. A computação, as aulas de reforço escolar e as de arte (pintura, teatro, música) vêm na sequência e ajudam a compor a agenda de boa parte da garotada.

Alô Bebê: Com qual idade a criança pode ter atividades extras na agenda?
Maria Irene Maluf - Para a turminha de até 6 anos de idade uma atividade extra é suficiente. Paulatinamente, é possível incluir outras modalidades no currículo. Para quem passou dos 6, 7 anos, conciliar o aprendizado de um idioma à prática a um esporte, por exemplo, pode ser positivo. Essa regra varia de criança para criança, pois algumas têm mais pique ou desejo de praticar determinada aula.

Alô Bebê: Atividades de auxílio doméstico são consideradas extras?
Maria Irene Maluf - Depende da forma. As crianças precisam ser estimuladas a vencer dificuldades e, se pequenas tarefas forem usadas para exercitar seu aprendizado, pode ser importante para a autoestima e socialização delas.

Alô Bebê: A partir de qual idade pode-se incluir o ensino de idiomas na rotina das crianças?
Maria Irene Maluf - A meninada pode ser estimulada a ouvir outra língua a partir do momento em que já consiga expressar o idioma materno. A escrita e a leitura podem ser ensinadas após a fase de alfabetização. A maioria das escolas, inclusive, apresenta limite de idade para a matrícula.


Alô Bebê: A partir de qual idade elas podem praticar esportes?
Maria Irene Maluf - As aulas de esportes precisam ter aval de um especialista, porque cada modalidade tem suas particularidades. Não atentar para isso, pode comprometer o desenvolvimento físico ou a saúde da criança. A natação, por exemplo, é indicada até para bebês. Outras como balé, o hipismo e ginástica olímpica exigem idade mínima.

Alô Bebê: Quais atividades são indicadas para cada tipo de criança?
Maria Irene Maluf - Depende, as crianças mais tímidas e retraídas devem praticar atividades que as incentivem a uma maior exposição, como artes cênicas e música. Entre os esportes, os coletivos são mais indicados por sua capacidade de socialização. As atividades para crianças mais indicadas para as mais agitadas, carecem de esportes disciplinadores, que as façam gastar energia. As artes marciais e natação são boas dicas. Os mais extrovertidos precisam de atividades nas quais essa característica possa ser aproveitada.

Alô Bebê: A leitura pode ser considerada atividade extracurricular?
Maria Irene Maluf - A leitura é muito interessante, principalmente para quem descobre os livros desde cedo. As crianças conseguem vivenciar aventuras contidas nos livros de forma prazerosa e divertida. Já a leitura voltada às tarefas escolares é um recurso do aprendizado, usada para interiorizar conhecimento.




terça-feira, 29 de julho de 2014

Como lidar com a frustração das crianças após derrota do Brasil na Copa:

Por Giovanna Tavares - iG São Paulo | 10/07/2014 15:09


Mesmo dolorosos, esses momentos são propícios para a reflexão. Especialistas ensinam como conversar com os fãs mirins sobre decepções e perdas



Crianças protagonizaram cenas de tristeza durante o jogo que eliminou o Brasil da Copa.
A sensação de que tudo não passava de um sonho – ou pesadelo – foi comum à maioria dos brasileiros na última terça-feira (08), durante a disputa entre Brasil e Alemanha pela Copa do Mundo. O jogo terminou com um placar avassalador de 7 a 1 para os alemães. Algumas imagens dos torcedores ficarão na memória e, entre elas, muitas foram protagonizadas por quem não acreditava que aquela seleção de heróis pudesse ser derrotada: as crianças.
Se para os adultos foi difícil lidar com uma frustração tão grande, para os pequenos não foi diferente. Como eles ainda têm uma interpretação da realidade muito diferente da dos pais, o sentimento de perda tende a ser maior.
“Embora nós já soubéssemos que o Brasil não vinha jogando muito bem, a tristeza é totalmente adequada nesse momento. Existia uma expectativa muito grande. Mesmo assim, o importante é que os pais façam uma reflexão crítica com as crianças depois da derrota”, explica a psicóloga infantil Ana Cássia Maturano.
Segundo a especialista, situações frustrantes como essa são o momento perfeito para trabalhar a maturidade dos filhos. Não há problema nenhum em ficar triste ou desapontado com o resultado ruim, muito pelo contrário. O espaço para a tristeza, bem como sua duração, devem ser respeitados. É aí que o aprendizado pode acontecer.

O choro deve ser livre


Depois da lamentação, naturalmente, vem a reflexão. Em relação ao último jogo da seleção brasileira, por exemplo, os pais podem explicar por que a vitória alemã foi merecida. Outro ponto é discutir quais foram os erros do Brasil e o que pode ser feito nos próximos anos para garantir o tão almejado título. Essa postura é válida para outros momentos, como quando a criança tira uma nota ruim na escola ou perde alguma competição com os amiguinhos.
Agir com agressividade ou proibir que ela se sinta triste é um erro que pode trazer consequências graves no futuro. “Quando você reprime o choro ou a angústia, está dizendo que seu filho é fraco. Como se ele não tivesse direito de se sentir assim. Essa criança pode virar um adulto deprimido e inseguro”, alerta Ana Cássia.
“Toda decepção é uma oportunidade de aprendizado e tem um lado positivo, que os pais devem ressaltar. Só assim a criança consegue superar a tristeza”, reforça a psicóloga Maria Eduarda Vasselai.

Amor por futebol

Para Enzo, de sete anos, não foi tão fácil assim aceitar que o Brasil tinha sido eliminado. O amor pelo futebol começou com a Copa, bem como a vontade de aprender a jogar futebol, com chuteira e tudo. “Em todos os jogos, nós reunimos a família para torcer e vibrar. Nesse dia, enquanto estávamos perplexos com o placar, Enzo nos surpreendeu tirando a camisa do Brasil. Disse que não torceria mais para um time de perdedores”, lembra a mãe Camilla Guimarães Alves.
A saída foi acalmá-lo e explicar que não era certo fazer aquilo com a camisa do time, mesmo que todos estivessem bravos com o resultado. “Eu disse a ele que, apesar de tudo, somos brasileiros e temos que amar nosso país e nossa seleção. No futebol e na vida é assim mesmo, um dia a gente ganha e em outro a gente perde”, conta Camilla. Enzo compreendeu, mas não deixou de comemorar os gols da Alemanha.

Desapego

Respeitar o “período de luto” das crianças, depois de alguma decepção, é fundamental. Mesmo assim, vale colocar na balança quais as situações que merecem ser verdadeiramente lamentadas, para que o sofrimento não seja reforçado pelos pais.


Enzo teve dificuldade para aceitar que o Brasil tinha sido eliminado na Copa do Mundo
Com o futebol, por exemplo, a angústia pode ser mais breve e não precisa ser remediada a todo custo. Nesse caso, as crianças precisam compreender que algumas coisas estão fora de seu controle, como a vitória ou a derrota de um time. Sendo assim, não há por que se lamentar tanto, apenas aceitar o ocorrido e seguir em frente.
Esse desapego, que ás vezes é mais comum para crianças do que para adultos, pode pegar alguns pais de surpresa. Com Loraine Collino, mãe da Anna Clara, de seis anos, o inesperado se deu com a superação rápida diante da derrota do Brasil.
“Eu fiquei nervosa e parei de ver o jogo assim que acabou o primeiro tempo, enquanto ela continuou brincando com as primas. Quando acabou, perguntei como ela estava. Ela me disse: ‘normal, mamãe, mas triste porque perdemos. Acabou a Copa para o Brasil, mas não faz mal porque tem outros jogos ainda’”, repete Loraine.
Segundo a mãe, Anna sempre foi muito competitiva e não lidava bem com frustrações e perdas. A calma da criança até espantou os pais. “Ela aprendeu uma lição, em toda sua inocência. De alguma maneira, entendeu que nem sempre as coisas acontecem exatamente do jeito que queremos”, acredita.

Disponível em: http://delas.ig.com.br

terça-feira, 15 de julho de 2014

Contar histórias para as crianças

Disponível em: www.alobebe.com.br

Qual é o adulto que não se recorda com enorme prazer dos momentos de histórias da infância, quando o pai, a mãe, tio e avó convidavam para contar aventuras das histórias infantis?

Hoje, alia-se à eterna falta de tempo de pais e outros adultos próximos das crianças a conveniência das modernas e sofisticadas técnicas eletrônicas para entreter a meninada. Especialmente nos grandes centros urbanos, o contar histórias vem sendo muitas vezes substituído pela televisão e pelo computador. 

A diminuição do ato de contar histórias, contribui, em última análise, para a diminuição de vínculos entre pais e filhos e até mesmo entre as crianças. A representação da imagem mental, que acontece quando a criança ouve uma história, é um instrumento poderoso no desenvolvimento do seu pensamento. E os pequenos estão, nesses momentos, recebendo novos elementos para facilitar sua socialização e oralidade, diz a professora e doutora Maria Angela Barbato Carneiro, da Faculdade de Educação da PUC/SP.



Poucas regras para contar histórias:

Não existe hora certa para contar uma história. A oportunidade e o interesse da criança é que mandam. E vale quase tudo para contar histórias, levando-se em conta a curiosidade inesgotável dos pequenos. "Temos os mais diversos portadores de texto para fazer isso", afirma Maria Ângela. Ela cita não só textos e imagens gráficas, mas aponta também a fotografia, a poesia, a música e, por que não, até a padronagem de um tecido.

Ela observa, porém, que deve-se atentar para a idade da criança e sua capacidade de concentração na escolha da história certa. Para os menores, na hora de contar histórias, o ideal é propor histórias curtas, com muitas imagens. A imitação de sons e vozes diferentes, gestos e movimentos também são muito importantes, porque vão permitir uma interação maior.

Com o hábito de contar histórias, o ganho de vocabulário acontece sempre, assim como o estímulo que a descoberta e a aventura das histórias representa na formação de futuros leitores. O "conta outra vez" - demanda quase automática ao fim da história -, explica a professora, é uma forma da criança buscar segurança. E o estímulo deve começar cedo, quanto antes, melhor.

Se a história for contada pelo papai ou pela mamãe, melhor ainda. "Isso faz a relação pai e filho ficar mais rica, a troca afetiva é maior." Então, é colocar a imaginação para funcionar e apostar no bom e velho conhecido "Era uma vez... e contar uma história".

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O aprendizado no primeiro ano de vida do bebê


Disponível em: www.alobebe.com.br




O bebê, novo habitante de um lar, antes de tudo, deve se sentir seguro e amado. É claro que pais, mães, avós, tios, enfim, todos os que o rodeiam, tratarão de supri-lo com o mais puro amor. No entanto, é preciso observar alguns pontos fundamentais para que esse amor seja canalizado da forma correta e surta efeitos maravilhosos no futuro. Ingredientes indispensáveis para a formação de um adulto equilibrado, com a saúde emocional em dia.

Um bebê, como todo ser humano, precisa de uma certa rotina. Isso pode muito bem acontecer logo nos seus primeiros três meses de vida, quando papais e mamães estipularem horários relativamente fixos para o banho, a troca de fraldas, as mamadas.

No primeiro ano de vida, o pequeno anjinho começa a ter diversas sensações. Nos primeiros meses de vida é importante conversar com o bebê, cantar músicas de ninar, sorrir, tocar seu corpo e levantá-lo para que possa ver tudo à sua volta são procedimentos que irão encantá-lo verdadeiramente. Eles ficarão ainda mais fascinados se, ao redor, houver móbiles de berço e brinquedos que se movimentam ao simples toque, ou mesmo puxados por cordinhas.
O bebê vai crescendo e sua tênue rotina diária não deve ser alterada: respeitar os horários para higiene, alimentação e sono é mais do que imprescindível. Antes de 1 ano de idade, o bebê deve começar a ter noções de limite: é hora de introduzir o "não" em sua vida, por meio de frases curtas, com voz baixa e firme.

Mais do que nunca, um bebê entre 6 meses e 1 ano de vida vai ser fiel ao seu chocalho e mordedor. É muito gratificante brincar com ele na hora do banho ou mesmo nas refeições, colocando em sua mãozinha alimentos pequeninos e coloridos, o que desenvolve a segurança. Aliás, segurança e liberdade são as coisas mais importantes no primeiro ano de vida. Para tanto, o bebê vai lançar mão de objetos sonoros e brinquedos móveis que permitem toda uma "exploração lúdica" (bolas, cubos de tecido, pião, triciclos etc.), os quais farão que ele se arraste, para conseguir pegá-los.

Próximo dos 12 meses, passeios ao ar livre, que propiciam uma ampla visão do mundo externo, inclusive fazendo-o perceber que a mãe é um ser separado dele, serão muito bem-vindos, embora ele deva perceber que os seus "protetores" estão sempre por perto.

Conversar e contar histórias aos bebês nos primeiros meses de vida é uma experiência fascinante para ambas as partes.

Brincadeiras com imitações, pequenas palhaçadas, músicas, cantorias, e auxílio de livros e revistas com cores vibrantes ajudarão muito nessa deliciosa tarefa nos primeiros meses de vida.

Enfim, o mais importante no primeiro ano de vida é o desenvolvimento das sensações, a descoberta do andar, pegar, rir. É todo um conjunto de precioso aprendizado, ao qual o pequeno deve ser estimulado da melhor maneira possível.